sábado, 6 de outubro de 2007

Capítulo 3 - Revolucionários


Recupero vagarosamente meus sentidos e percebo que estou novamente dentro de um “carro”. A minha frente vejo o que me parecem ser militares, pois estão uniformizados. Estou em um espaço pequeno e muito bem preso, portanto não consigo me mexer.

O veículo para e um dos militares faz sinal para o outro sair. Então aparecem duas pessoas com o rosto coberto, elas falam algo que não entendo, o militar adormece, eles o puxam para fora do carro e entram. Um deles senta ao meu lado dizendo algo. Sem saber o que fazer, recuo sem saber para onde fugir e peço socorro.

Ele mostra ter entendido, coloca algo em meu ouvido e no dele também, só então consigo entender o que fala.

-Você está bem?

-Quem vocês são?

-Primeiro precisamos saber se você está bem!

-O que você acha?! – indico as algemas em minhas mãos.

-Bem... Então nos diga o seu nome.

-Por que diria? – Tento esconder meu medo.

-Porque dele depende sua vida, satisfeito?

-Victor.

-Você não deve ser perigoso, afinal está todo encolhido de medo. Podemos tirar os disfarces.

Ele tem uma face rígida e aparenta uns vinte anos, olhos castanhos e cabelos lisos e negros cortados na altura do nariz. A outra é uma mulher que aparenta ter a mesma idade do rapaz e cabelos longos e negros, ela está de costas para mim então não tenho como ver seu rosto.

O rapaz que está ao meu lado continua a me questionar.

-Muito bem, por que estava no deserto?

-Que deserto? Onde estamos?

-No oriente.

-Oriente?

-É, o oriente de Saturno.

-Saturno?! Mas como? Você está de brincadeira não está?

-Por que estaria?

-Porque ontem mesmo eu estava no meu apartamento NA TERRA!

-Terra?

-É, aquele planeta sabe? Aquele onde eu devia estar!

-Sim, acho que sei, serve como presídio. Pelo que sei, ele já estava usado demais e seu ar já estava muito viciado, então resolveram que já era hora de deixa-lo.

-Mas não podem ter feito isso! E como 3000?! Ontem era 18 de março de 2006!

-Acho que eles te bateram de mais. Ou você anda vivendo muita realidade virtual. Descanse um pouco, em breve estaremos na estação.

-Mas, quem vocês são?!

-Apenas revolucionários.

Ele coloca algo no cano de onde vem meu ar e...

domingo, 12 de agosto de 2007

Capítulo 2 - A Fuga



Enquanto viajo observo os painéis. São muito luminosos e bem sinalizados, é uma pena eu não reconhecer nenhuma das palavras que estão escritas aqui.

Mesmo tentando me distrair, ainda sofro com as visões que tive a momentos atrás, por que alguém iria congelar corpos ou tranca-los em máquinas? Como eu sai da minha cama e fui parar ali, quase 2000 anos depois?

Fico imaginando o que aconteceu comigo. Será que morri, mesmo com tanto dinheiro investido em tratamento. Lembro-me que estava passando por um momento difícil, as dores de cabeça estavam muito fortes naquele dia.

Repentinamente, luzes vermelhas começam a piscar aqui dentro, o veículo para e eu ouço vários sons vindos de fora. Estou começando a ficar desesperado novamente, estas luzes não devem ser um bom sinal. Uma voz feminina fala para eu sair do carro e me render. Enfim alguém que fale minha língua, mas... Render-me a que? Um rápido pensamento me diz que há monstros lá fora, mas tiro essa idéia da minha cabeça rapidamente.

Em um impulso de coragem, abro a porta e saio correndo sem olhar para os lados. O céu é cinzento e o chão arenoso. Ao meu redor um vazio imenso entre duas cidades. Nada acontece. Eu continuo correndo por um tempo até que minha respiração para. Minha visão se perde aos poucos, eu viro para trás e vejo alguém com um tipo de arma que agora está ligada por um fio muito fino em mim, toco minha nuca e noto que o fio se liga à parte de trás do aparelho que está fixado em meu rosto. Estou morrendo! Não consigo respirar!



domingo, 8 de julho de 2007

Capítulo 1 _ O desconhecido



Já estou aqui, paralisado nesta cama, há algum tempo, desde que acordei. Nunca vi nada do que está aqui e este quarto não tem janelas, como vou saber onde estou?

Recupero a consciência e noto que algo em meu rosto está controlando minha respiração. Retiro esta máscara e, de repente, uma sensação horrível toma conta de mim é como se eu estivesse virando do avesso. Coloco rapidamente a máscara e me lembro da última coisa que fiz antes de acordar aqui: eu, depois de voltar de meu escritório, fui dormir como em qualquer outro dia. Então o que teria acontecido?

Ouço vozes que vão se aproximando, eles falam um dialeto que eu, apesar de conhecer muitas línguas, desconheço. Finjo que não acordei, quando três pessoas entram e me colocam em um aparelho que parece me examinar. Elas saem e observo que deixaram a porta aberta, parece que vão voltar logo, então, espero eles se afastarem e saio rapidamente, em um corredor muito longo com várias portas.

Entro na porta mais próxima e tenho uma visão horrível: vários corpos humanos congelados, alguns com fisionomias assustadoras. Se morri não devo estar no céu!

Ainda em choque, saio por outra porta. Estou em uma sala onde vejo máquinas enormes. De repente, de uma das máquinas sai um grito ensurdecedor, ouço vários passos se aproximando rapidamente. Lutando contra minha paralisia, eu corro para a porta contraria aos passos.

Encontro fileiras do que parecem ser meios de locomoção. Abro a porta de um, para minha surpresa, com muita facilidade, entro e vejo um painel e um botão que parece “dar partida”. Qualquer coisa é melhor que “isso”, espero. Aperto o botão e vejo ao seu lado: 21 abril de 3925.

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