segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Capítulo 5 - O Esconderijo


Eu estava muito confortável em nossa cabine, mesmo sem entender nem metade das coisas que piscavam ao meu redor, enquanto Ivi e Mateos pareciam se divertir ao meu lado.

Quando paramos os dois novamente se disfarçaram e colocaram suas máscaras e eu fiz o mesmo. Saímos em um lugar muito parecido com o de onde entramos, mas não fomos para a mesma saída, como muitos outros, nós nos dirigimos a uma cidade que tinha um portal ligado diretamente à “estação”.

Tudo parecia extremamente calmo nas ruelas daquela cidade que me parecia tecnologicamente bem equipada, mas não como as outras.

- Estão ficando cada vez mais mal localizados! – disse Mateos

Realmente – disse Ivi

Andamos durante algum tempo, muitos tubos se erguiam do chão, até que chegamos a uma entrada, muito bem escondida, onde entramos e fomos sugados para baixo. Saindo daquele compartimento percebi estar em um restaurante abandonado. Pelas mesas sujas se espalhavam muitas pessoas que discutiam entre si em muitos dialetos diferentes.

Vi muitos cartazes com figuras agressivas e símbolos estranhos espalhados pelas paredes. Então comecei a me perguntar e porque da revolta.

- O que fazem de tão ruim? Por que vocês brigam tanto por isso?

- O progresso, o governo está apoiando os Superprogressores que querem avançar cada vez mais rápido. Eles estão ficando sem controle. Já estão até desprezando vidas humanas “em nome do progresso”... – disse um estranho até ser interrompido por Mateos.

- Hei! Você não é contra o que estão fazendo?! Como você não sabe pelo que luta?!

-Bem... Hã... Vamos falar a verdade então...

Então eu contei o que tinha acontecido comigo já que eles eram os únicos no universo em quem eu podia confiar um pouco.

- Hum... Uma testemunha e prova viva do que eles estão fazendo... Parece interessante... – disse outro estranho que acabou ouvindo a conversa.

- Vamos colocá-lo em cativeiro para usá-lo como trunfo! – disse outro.

- Vocês querem fazer como os SP?! – disse Ivi

- Basta! – disse outro (e todos pararam) – Vamos levar essa questão a um plebiscito. Vocês terão até a manhã de amanhã para pensar e me mandar os seus votos.

Então ele saiu para um outro recinto que parecia ser o seu quarto.

- Como eles podem!? - disse Ivi

- O que vai acontecer?!

- Só saberemos quando eles decidirem. Você é uma experiência deles, muitas acabam ficando agressivas e sofrem mutações... Lamento...

- Vamos nos recolher – disse Mateos vendo que todo o resto das pessoas olhava para mim.

Então fomos até um cômodo com oito cápsulas muito pequenas. Mateos e Ivi ligaram tocaram as suas e elas ficaram exatamente do tamanho de cada um, Ivi olhou para mim com uma expressão de pesar e carinho.

- Da próxima vez use uma transmissão privada para contar segredos. – Disse Mateos com voz de reprovação.

Eles tiraram os seus respiradores e foram engolidos pelas cápsulas que se colocaram em horizontal, eu fiz o mesmo, tentando decifrar o que ele quis dizer e pensando no que aconteceria comigo na manhã do dia seguinte.