sábado, 19 de janeiro de 2008

Capítulo 4 - A Viagem


Eles me despertam, transfiguram seus rostos com uma espécie de creme e usam lentes nos olhos. Fazem o mesmo comigo e, então, saímos do veículo.

Saio em um lugar colossal de onde as pessoas entram e saem muito rápido. Sou puxado por um dos ditos “revolucionários” até um dos detectores por onde todos passam.

-Use isto – diz o homem injetando uma espécie de plástico dentro da minha pele.

-Isto dói!

-É melhor usar... – então me empurra e eu passo aos tropeços pelo detector.

Já lá dentro, eles me levam a um canto deserto e vão conversar um pouco distantes de mim. Voltam e me dizem o que pretendem fazer.

-Bem... – diz o rapaz – Minha irmã acha que devemos ficar com você já que você é contra o que estão fazendo no governo, não é!?

Zelando pela minha vida eu digo que sim, mesmo não sabendo de que governo estávamos falando. Será que estamos entre alienígenas? E em Saturno!

Decido que vou apoiar sei-lá-o-que-fosse por eles terem me concedido “abrigo”, mas continuo não confiando muito no rapaz.

Nós entramos em um meio de transporte coletivo muito grande e sentamos em uma cabine privada, por sinal muito confortável. A minha frente vejo, novamente, vários painéis muito luminosos, alguns muito parecidos com os do “carro” onde fui pego. Noto os outros dois retirando a máscara feita com o creme e a pela qual respiramos e faço o mesmo. Agora eu consigo ver claramente o rosto da mulher. Ela tem os olhos azuis, pele muito clara (como todo o resto das pessoas que eu vi até agora), tem aproximadamente a mesma idade do irmão, talvez um pouco mais nova e uma face delicada. Então me vem uma pergunta á cabeça.

-Por que vocês não usaram esse tipo de “máscara” quando me libertaram dos policiais?

-Será por que fomos pegos de surpresa?! – diz ironicamente a mulher – estávamos apenas de passagem pelo deserto e vimos dois policiais te interrompendo, então decidimos te ajudar.

-Nós temos sempre que estar mudando de esconderijo para não sermos pegos – o rapaz puxa algo de uma bolsa - apesar de termos nossas defesas.

Ela me entrega uma espécie de arma, muito pequena comparada as que eu conheço e me da uma pequena explicação de como usa-la.

-Para onde vamos?

-Uma colônia no ocidente-sul de Marte.

Me assusto ainda com a idéia de estar sendo transportado através de planetas mas me sinto mais tranquilo...

-Quais os seus nomes mesmo?

-Prazer, Ivi.

-E Mateos.

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